Ulster

A banda se formou em 1979 com o nome M-19 (esse nome foi usado algum tempo depois por outra banda que participou do festival O Começo do Fim do Mundo), e começam a ensaiar em um galpão industrial de São Bernardo do Campo, com Betão na bateria, Vladi no baixo, Luís na guitarra e Mauro no vocal. O som era rápido e barulhento, cheio de garra e energia, com influência de bandas como Discharge e Disorder.[1]

Trocam o nome para Ulster inspirados nos terroristas do IRA (Exército Republicano Irlândes), que tratavam batalhas nas ruas de Ulster, na Irlanda. Em função disso, a maioria das letras tratavam de atos terroristas ocorridos na época, como as músicas “M-19”, “Bandeiras Vermelhas” e “Morte aos Velhos”.[1]

Com o movimento punk crescendo em importância, a produtora independente Olhar Eletrônico resolve fazer o documentário Garoto do Subúrbio sobre os punks paulistanos. Para isso foi realizado um show com o Hino Mortal, Ulster e Decadência Social (que mais tarde mudou o nome para DZK).[2]

Participaram de duas compilações em K7: Decaptados e Contra Tudo que é Comercial e Nada de Novo nos Oferece, ambas de 1982 e com a presença das bandas Hino Mortal e Submundo. Também fizeram parte do festival O Começo do Fim do Mundo, mas não quiseram participar do disco gravado nesse festival porque, segundo eles, foram prejudicados quanto a qualidade da gravação. Após 13 anos esse equívoco foi resolvido e a banda entrou na versão CD com a música “Heresia”.[1]

Após o festival, o movimento punk toma força e várias manifestações aconteceram. Entre elas a maior foi no ABC paulista, na Associação de Amigos de Vila Paulicéia, onde foi lido um manifesto conjunto retratando a situação política do país e criticando atitudes inconseqüentes de governantes oportunistas, onde tocaram o Hino Mortal, Ulster e Corte Marcial.[2]

A banda se destacava das demais na hora de se apresentar. Eles tinham uma performance totalmente agressiva em cima do palco, pois sempre apareciam de capuz negro nos rostos, parecento verdadeiros terroristas. Em 1983, o Ulster encerrou seus trabalhos devido principalmente aos rumos que o movimento punk paulista havia tomado (as brigas entre gangs aumentavam a cada dia, não havia mais shows e zines).[1]

Com o fim do Ulster, Betão foi tocar no Varsóvia e Luís tocou no Brigada do Ódio e no Olho Seco.

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